Madame Bovary: História e polêmicas fora do livro | Blog Unigran Net

Existem muitos personagens que nos encantam, mas o que nem sempre imaginamos é que alguns deles, além de serem inspirados em histórias reais, trazem à tona questões importantes sobre a vida. A Madame Bovary é uma dessas! 

Não sabe quem ela é ou qual o peso da sua história para a literatura? Não se preocupe. Vamos te contar tudo nesse artigo. Acompanhe!

Madame Bovary: o livro

(Fonte da Imagem: Literatura é Bom pra Vista).

Emma Bovary é uma personagem literária que foi criado por um escritor francês, Gustavo Flaubert. A obra foi lançada em 1857, é considerada realista e critica a idealização do amor, levantando debates sobre temas polêmicos como o adultério e o suicídio.

A narrativa abaixo contém spoilers (detalhes sobre o desenvolvimento do livro que podem comprometer surpresas caso seja lido no futuro). 

História e vida de Emma Bovary:

A história conta sobre o casamento de Emma com Charles Bovary, um médico que está apaixonado por ela, mas não é correspondido da mesma forma.

Apesar de carregar seu nome no título do livro, Emma não é a única personagem a ser introduzida de maneira mais profunda. Charles é apresentado pelo escritor como um jovem que foi pressionado pela mãe a se formar em Medicina e a se casar com Héloise Dubuc, uma moça de boa e endinheirada família. Não gostando tanto assim da moça, ele se sente infeliz.  

Por outro lado, temos a vida de Emma, que foi criada no campo de maneira bastante simples e educada em um convento. Era uma grande apaixonada pelos livros de romance e novelas da época. Assim vivia imaginando e sonhando com uma vida mais apaixonada e agitada que a sua. Então, Emma passou a ter desejo de viver as histórias que lia, com uma constante busca por relacionamentos obsessivos e cheios de adrenalina. 

Os dois se encontram quando o médico vai visitar um paciente e Emma está lá. Charles ainda está casado, mas logo sente interesse por ela. Enciumada, Héloise, a esposa, pede para que Charles não voltasse a visitar o doente e o marido, obedece. 

Pouco tempo depois, muitas brigas e discussões começam a girar em torno da família. Héloise acaba falecendo e, já viúvo, Charles volta a visitar aquele paciente e sua aproximação com Emma acontece. Não demora para que os dois decidam se casar.

E os desentendimentos começam…

Pelo grande desejo de viver um romance como o de muitas obras, Emma vive um estado de pura insatisfação emocional com sua própria vida. 

Ela sofre com depressão e é nesse ponto da história que Charles e ela mudam-se para uma pequena cidade, onde novos personagens aparecem e bagunçam ainda mais os sentimentos da mulher. 

Dois homens chamam a atenção de Emma e a seduzem. Um deles é um jovem estudante, muito intelectual chamado Léon e o outro, Rodolphe, um homem mulherengo charmoso. 

A moça desenvolveu tanto com Rodolphe como com Léon relações doentias, tóxicas, repletas de ciúme, desejo de posse e inconstância. Enquanto satisfazia o seus desejos de um romance cheio de adrenalina, ela não conseguia perceber qual era a grande problemática de toda essa situação. 

Então embalada pela paixão, ela acabou se endividando, descuidando da sua família, prejudicando as pessoas ao seu redor e até prejudicando a si mesma.

A polêmica de Madame Bovary fora do livro:

O livro foi inspirado em uma história real. Flaubert chegou a assumir que ficou sabendo de um caso de suicídio cometido pela mulher de um oficial logo após um adultério. Isso abriu a sua mente para escrever um livro e criar a sua personagem mais famosa: Emma Bovary.

Mas é claro que o livro ficou muito conhecido e a personagem foi muito discutida. Afinal, ela levantava muitos comportamentos e questões que poucos escritores ousavam falar naquela época. 

A infidelidade retratada no livro é um assunto delicado, mas que é mais comum do que muitos imaginam. A ousadia em falar sobre isso fez com que o autor fosse muito criticado e que, inclusive, fosse levado ao tribunal. 

Madame Bovary chocou tanto a sociedade francesa que o autor chegou a ser acusado de imoralidade. Ao final do processo acabou sendo absolvido, mas fez questão de polemizar ainda mais dizendo “Madame Bovary sou eu”. 

Ao longo dos anos, muitos chegaram a analisar a fala e entenderam que quando o Flaubert disse isso estava querendo mostrar a hipocrisia da sociedade francesa. Condenavam os atos da personagem, mas acabavam propagando os mesmos comportamentos que fizeram com que ele fosse até o tribunal. Até que ponto todos não tem um pouco de Emma Bovary dentro de si?

Síndrome de Madame Bovary: O que é?

A síndrome de Madame Bovary ou o Bovarismo é um termo usado na psicologia para nomear o transtorno que resulta da idealização do amor romântico gerando uma sensação de frustração e insatisfação crônica.

A busca por esse “amor ideal”, que na verdade não existe, termina com um conflito ao perceber a realidade de uma relação.

Quais são as características da síndrome de Madame Bovary?

Vício no romance:

Por não saber lidar com a solidão, as pessoas com essa síndrome vivem com a ideia de que encontrarão um amor perfeito e que, a partir disso, sua vida mudará e todos os problemas irão desaparecer. Mas, quando isso não acontece, é típico que elas apenas se apaixonem por alguém novo a fim de que este supra essas expectativas. 

Relações impossíveis:

Devido a sua grande exigência por criar tantas expectativas e realidades, a pessoa passa a ter uma certa incapacidade em manter uma relação real. Desse modo, elas costumam recorrer aos amores impossíveis. Isso pode levar até a infidelidade, como retratada no livro de Gustavo Flaubert. 

Insatisfação constante:

Quando essas pessoas começam a descobrir que seu companheiro não é exatamente como ela idealizou e que tem os seus defeitos, chega a onda de frustração. Assim, por ter uma  visão de relacionamento limitada e baseada em histórias que nunca experimentaram a tranquilidade, a monotonia passa a ser uma grande problemática. 

Gostou de conhecer um pouco mais sobre essa personagem e toda a sua conexão com o mundo real?

Na graduação em Letras da Unigran USA, você expande os horizontes dessa área. aoito semestres que possibilitam o domínio do uso de recursos linguísticos e literários, nas modalidades oral e escrita. Tudo isso com estímulo à reflexão e à construção de projetos voltados a diferentes contextos e saberes da comunidade externa.

Quer saber mais sobre o curso? Clique aqui. 


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Postagens Relacionadas