A luta das pessoas negras dentro da arte não é nada fácil. É preciso quebrar barreiras, uma vez que o mundo exige desses profissionais, um talento muito superior. Sendo assim, quando Viola Davis no último Grammy se tornou EGOT, a celebração foi grande e, com razão.
Em um ambiente difícil e um tanto quanto selvagem, ver uma mulher negra ganhando as principais premiações do entretenimento, faz nascer uma esperança a tantas outras pessoas negras que sonham em viver de sua arte.
Essas são histórias que merecem ser contadas, partilhadas e relembradas. Então, acompanhe a mulher que, com muita garra, fez história no Grammy 2023!
EGOT: As principais premiações do entretenimento
Ao entrar no palco do Grammy, Viola celebra por ter se tornado EGOT. Então, nada melhor do que começar entendendo o que ela quis dizer com isso.
EGOT é uma sigla que reúne os quatro principais prêmios do entretenimento dos Estados Unidos: E para Emmy (televisão), G para Grammy (música), Oscar (cinema) e Tony (teatro).
O termo foi criado acidentalmente pelo ator Philip Michael Thomas em 1984, durante uma entrevista. Após ser questionado a respeito dos seus planos para o futuro, o ator resumiu sua resposta no desejo de ganhar os quatro prêmios que formam o acrônimo, popularizando o termo EGOT desde então.
E, através de sua definição, é possível entender como possuí-lo faz com que o artista ganhe uma reputação altíssima na indústria, não é?
Mas claro, para ganhar esse título, não é tão fácil assim. Também por isso, no total, apenas 21 artistas já receberam o título EGOT. Sendo, a mais recente, Viola Davis, em 2023, ao vencer o Grammy por “Finding Me” (Em busca de mim), na categoria “Melhor Livro de Áudio, Narração e Gravação de Contação de Histórias”.
A conquista de Viola Davis
No Grammy de 2023, a atriz venceu a categoria de Melhor Audiobook com a biografia “Finding Me” (Em busca de mim). Assim, tornou-se EGOT, fazendo história e inspirando diversos artistas ao redor do mundo.
Ao longo da carreira, Davis venceu o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por Um Limite Entre Nós (2016). Também se tornou a primeira atriz negra a vencer o Emmy de Melhor Atriz em Série Dramática por How to Get Away with Murder e conquistou dois prêmios Tony.
Ainda em 2016, com sua vitória no Oscar, a atriz se tornou a primeira artista negra a alcançar a cobiçada “Tríplice Coroa” da atuação – ganhando um Oscar, Emmy e Tony . O que por si só já era motivo de bastante orgulho e celebração, afinal, negros e mulheres estão sujeitos a diversas opressões durante suas trajetórias, seja ela no mundo da arte ou fora dele – o raciscmo, machismo ou sexismo.
Assim,ver uma mulher negra atingindo a Tríplice Coroa gerou um grande impacto nos veículos de comunicação que fizeram questão de anunciar o significado poderoso dessa conquista. E agora, com a conquista do Grammy e sendo intitulada como EGOT, não poderia ser diferente.
Viola Davis é a quarta artista negra a ganhar o quarteto de prêmios, depois de Whoopi Goldberg, John Legend e Jennifer Hudson.
“Eu escrevi este livro para honrar a Viola de seis anos, sua vida, sua alegria, trauma e tudo. Tem sido uma jornada tão incrível. Acabei de me tornar EGOT!”, comemorou ao subir ao palco para receber o prêmio.
“Em busca de mim”
É fácil ver Viola Davis hoje, como uma mulher poderosa, forte e que exala confiança. Associação essa que pode se fortalecer ainda mais quando se lembra do filme “A mulher Rei” que bombou nas bilheterias em setembro de 2022.
Mas o que muita gente não imagina e o que Viola fez questão de trazer em seu livro, é toda a trajetória que antecedeu esse sucesso.
Assim, é de se admirar que no auge de sua fama, Davis tenha decidido expor suas vulnerabilidades mostrando a verdade sobre uma vida marcada por preconceitos, extrema pobreza e até violência doméstica.
Durante a história, o leitor é convidado a acompanhar os anos de vida de Viola Davis. Seu eu criança, adolescente e os primeiros passos para o grande sonho de ser atriz.
Foi aos 9 anos que Davis percebeu que a arte era capaz de curá-la de tantas dores e problemas enfrentados na vida. Os personagens, como ela narra no livro, deram a chance de expulsar seus demônios, fazendo da atuação o seu resgate à vida.
Vítima de situações injustas e absurdas, a história de Viola inspirou, inspira e continuará inspirando diversas mulheres ao redor do mundo. Seja as que assim como ela deseja alcançar uma carreira na arte, como também as que enfrentam adversidades em uma vida cotidiana e que não poupa dor alguma.
Viola Davis fez história e, que essa, ecoe esperança a quem dela assim precise!
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