O que a cruz significa para o cristianismo? | Blog Unigran Net

A cruz é o símbolo universal do cristianismo. Uma frase do autor Max Lucado expõe um pensamento vivido: “É estranho que uma ferramenta de tortura tenha personificado um movimento de esperança”. E ele continua “Os símbolos de outras confissões de fé são mais ‘para cima’: a estrela de Davi [do judaísmo], com suas seis pontas; a lua crescente do islamismo; a flor de lótus do budismo. Mas uma cruz para o cristianismo?”

É possível encontrar a resposta para essa pergunta. A seguir entenda um pouco sobre a relação da cruz para o cristianismo.

A cruz e os romanos

* Conteúdo sensível: inclui informações claras de violência *

Primeiramente, é importante saber que a crucificação era um recurso de pena de morte e também um dos métodos de tortura mais utilizados na Roma Antiga.

Sendo aplicado com os escravos ou criminosos condenados, nele a vítima era amarrada ou pregada em uma viga de madeira e pendurada até que ocorresse a morte por exaustão e asfixia.

No entanto, o processo de tortura iniciava quando o indivíduo era despido e açoitado. Em seguida, a vítima era presa de braços abertos ou, raramente, tinha seus pés e mãos cravados por pregos perfurantes.

Nessa posição, o peso das pernas sobrecarregava a musculatura abdominal que, cansada, tornava-se incapaz de manter a respiração, levando à morte por asfixia. 

Como a morte ocorria de forma lenta, às vezes, para abreviar o tempo os torturadores fraturavam as pernas do condenado. E, assim, removiam totalmente sua capacidade de sustentação, acelerando o processo que levava à morte. 

São capelas, correntes, quadros com a representação da cruz. (Fonte da imagem: Jornal O Indaialense)

O homem da cruz

Um famoso homem é conhecido por ter sido morto dessa maneira: Jesus de Nazaré. O precursor de um movimento que dura dois mil anos transformou sua morte em motivo para fé.

Segundo a Bíblia, o inocente que foi considerado criminoso por causa de suas palavras. Foi assim que deixou sua marca na história.

Afinal, essa mesma cruz é vista em diversos lugares como representação do cristianismo. São cruzes em paredes e em capelas, penduradas em correntes ou esculpidas em lápides.

Isso acontece porque, como é contado nos Evangelhos e assim creem seus seguidores, essa morte foi para redenção dos pecados da humanidade. Portanto, é possível ver um futuro diferente da condenação a partir daquele momento.

A tortura e a vergonha 

Além de todo contexto de tortura, também é possível perceber na ocasião da morte de Jesus uma placa, escrita com sarcasmo, e posta acima da sua cabeça: “Este é o rei dos judeus”. Foi escrita nos três grandes idiomas do mundo antigo – hebraico, latim e grego. “Hebraico era o idioma de Israel, a língua da religião; o latim era o idioma dos romanos; a língua da lei e do governo; e o grego era o idioma da Grécia, a língua da cultura. Cristo foi declarado rei em todos eles” (McHugh e McHugh, The Trial of Jesus). 

O objetivo de Pilatos foi ameaçar e zombar dos judeus. Afinal, Jesus, como é conhecido na história, foi escolhido para morrer no lugar de um ladrão – Barrabás. No julgamento, a multidão presente diz que ele se dizia rei, mesmo que isso não fosse afirmado por ele.

A caminhada carregando a cruz foi parte do processo da crucificação. (Fonte da imagem: Blog Viajar faz bem)

No caso de Jesus, também vemos outras curiosidades. Usados em casos raros, os pregos para prenderem a vítima, foram usados na ocasião. Junto da coroa de espinhos, os açoites, a nudez e a caminhada até o local da crucificação com o imenso peso nas costas. Todo o cenário era proposto para a vergonha. 

Além disso, também é curioso que segundo João, os romanos pretendiam quebrar as pernas de Jesus, uma prática conhecida como crurifragium, que objetivava acelerar a morte numa crucificação. 

Logo antes de o fazerem, porém, perceberam que Jesus já estava morto e, portanto, não havia razão para quebrarem suas pernas. Mesmo assim,, uma lança foi atirada no seu tórax.

Ou seja, o cenário construído à volta deste acontecimento foi o mais violento possível. 

O que ela significa hoje?

Apesar do passado cruel desse objeto, hoje a cruz propõe uma mensagem de esperança. Para os cristãos, a cruz é um lembrete da extensão do amor de Deus.

Aqueles que seguem ao cristianismo, entendem-na até os dias de hoje como um símbolo de grande menção às Escrituras, levando em consideração o sofrimento de Jesus e a salvação por meio do sacrifício.

O dia da Cruz (14 de Setembro): 

O dia da Cruz, celebrado em 14 de Setembro, é uma homangem cristã ao símbolo. A intenção da festa é relembrar a crucificação de Jesus, este evento central da fé vem para dizer que há morte na cruz mas que também há vida. 

Enquanto a sexta-feira santa é dedicada a paixão e crucificação, o Dia da Cruz celebra a cruz como instrumento de salvação, como uma fonte de santidade e símbolo que enaltece a vitória de Jesus sobre todo pecado, morte e demônios.

Dependendo da denominação ou crença religiosa, existe uma diferença entre o nome dado a esta celebração. Os anglicanos e luteranos chamam por Santo Dia da Cruz, mas também há determinados grupos que conhecem esta comemoração como Festa da Exaltação da Santa Cruz ou Festa da Cruz Gloriosa.

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